Thursday, October 04, 2012

Prisma


Sabemos que matéria é energia condensada. Foi Albert Einstein quem disso isso primeiro?  Não importa.  Importa que, partindo desse princípio, podemos pensar:  o que seria, então, nosso corpo, senão uma concentração de energia a reunir-se em cada partícula sua, formando um todo perfeito, funcional?

Assim também, o nosso espírito.  Somos seres divinos, isso está em vários ensinos religiosos, inclusive no cristianismo, quando Jesus disse "Vós sois deuses"(João 10:34). Queria ele, acaso, dizer com isso que seríamos equiparados a Deus?  Não, acho que não.  Queria ele, na verdade, dizer que somos individualidades com energias provindas do Criador, que nos fez – e aí entra novamente a Bíblia – "...à sua imagem e semelhança."(Genesis 1:26)

Sermos "deuses" nos faz imensamente responsáveis!  Somos capazes de criar, então. Somos capazes de gerar vida – ou morte – através dos nossos verbos e do nosso desejo.  "No princípio era o Verbo, [...] e o Verbo era Deus. [...]  Todas as coisas foram feitas por intermédio dele..." (João 1:1,3)

Nosso espírito – energia –, somado ao nosso corpo – condensação de energia – é de uma potência imensurável, capaz de gerar ou destruir com tamanha facilidade quanto o Criador nos teria "soprado a vida pelas narinas"!(Gênesis 2:7) 
O universo inteiro também tem nossas propriedades, nossa composição. Se observarmos o nascimento de uma estrela, veremos energia a se mover e a criar; se observarmos nosso próprio planeta Terra, veremos que nele todos os seres interagem de forma equilibrada, fazendo moverem-se as energias que há em cada um, produzindo vida o tempo inteiro.  Somos parte desse planeta, parte do universo, interagimos com o ambiente à nossa volta, que interage com ambientes do entorno, que interagem com ambientes em escala maior, até atingir o infinito.

O universo recebe de cada movimento nosso a propagação de energia. E reage a essa energia, colorindo-se com ela.  Modificamos o mundo a cada respirar, a cada movimento que fazemos, por mais banal que pareça.  Um adeus numa estação faz oscilar o ar à nossa volta, e essa corrente suave de vento que geramos vai passando a fazer parte do universo em suas formas, naquele instante.

A influência do nosso espírito também causa movimentos universais. Toda a criação de Deus tem em si uma alma, um espírito, que lhe anima.  O universo assim também o é, animado por uma energia espiritual.  E o influenciamos com nossos sentimentos, que são emanações permanentes do nosso espírito.

É bom lembrarmos que, em matéria, nossa energia está condensada, reunida em um único ponto, que se solidifica diante dos nossos sentidos carnais.  Em espírito, não.  Somos infinitamente capazes de propagar energias, expandindo nossos pensamentos e intenções em torno de nós, e em escala a todo o pensamento universal.  Somos capazes de modificar o imaterial com nossas energias espirituais, tanto quanto somos capazes de modificar nosso mundo material com nossas atitudes palpáveis.

O planeta Terra nos demonstra, a todo momento, a força das leis universais.  Aqui vemos um corpo caindo, e a lei da gravidade se provando; ali vemos uma planta germinando, e a lei de transformação contínua se provando; acolá temos uma geleira derretendo e a lei de retorno nos dizendo que é a colheita da nossa imprudência ao longo dos séculos de doentia modernidade, em que só pensamos em posses e poderes, esquecendo-nos de cuidar da nossa casa-Terra.  O equilíbrio do universo a providenciar a vida material e a extinção dela nos momentos oportunos é a prova de que somos parte dele, interagimos o tempo todo, não apenas material, mas espiritualmente também.

Um dos assuntos que a física teoriza a respeito, são as propriedades da luz.  Como a conhecemos, segundo estudiosos do assunto, a luz seria reunião de todas as cores, e podemos extraí-las ou "desmembrá-las", fazendo com que incida sobre uma das faces de um prisma. Este, por consequência, separará as cores, funcionando como um filtro e nos dando a oportunidade de utilizar essas partes individualmente, extraindo de cada uma delas uma utilidade.  São energias de intensidades e frequências diferentes.

É pela presença da luz que a planta realiza a fotossíntese, para uma melhor interação com o ambiente que a cerca; é pela presença da luz que nossa glândula pineal sincroniza nosso relógio interno, nos dando condições de programar nossos atos para nossa sobrevivência material.  Desde o vegetal até o homem, todos os seres vivos têm em si alguma relação com a luz. Mesmo os que vivem nas profundezas da terra ou do mar, sobre quem a luz material não incide diretamente, muitas vezes dependem dela, já que se alimentam de partículas que interagem com o que há na superfície.

A luz de Deus, assim como a luz material, que nossos olhos físicos captam, também é composta de cores.  Cores estas que não somos capazes de perceber com nosso aparelho físico de percepção, nossos sentidos.  Não podemos captar com a matéria o que é espiritual, isso é fato!  Mas podemos, com nosso espírito, enxergar a luz com que o Criador nos ilumina espiritualmente, obtendo delas cada elemento necessário para alimentar nossas esperanças, nossos mais profundos sentimentos e emoções.

Para isso, porém, é preciso que sejamos prisma. É necessário que filtremos a luz divina de modo a refletirmos, uns nos outros, suas propriedades, dando-nos mutuamente as condições necessárias para que nossos espíritos nutram-se daquilo que lhes falta.

Assim como o prisma material, utilizado pelos cientistas para a divisão da luz em sete cores, também nós, como prismas espirituais, precisamos estar limpos o bastante para não interferirmos nesse reflexo.  Se o prisma estiver sujo, opaco, manchado, será um obstáculo à luz, e esta não refletirá suas cores.  Se não estivermos translúcidos, também nós seremos obstáculos à luz divina, e ela encontrará resistência ao tentar propagar-se aos que nos cercam.

Somos co-criadores no universo.  Somos deuses, não podemos esquecer!  Somos responsáveis por nós mesmos e uns pelos outros. Somos capazes de criar e de destruir, pelas nossas intenções.  Propagamos nossos sentimentos ao universo, marcando-o benéfica ou maleficamente.

A luz que nos beneficia materialmente, composta de sete cores, pode ser mais bem compreendida quando separada em cada uma de suas partes.  Da mesma forma está para nosso espírito a luz divina: só a compreenderemos quando formos capazes de desmembrá-la em cada uma de suas cores, diante dos olhos da nossa alma.

Egoísmo, orgulho, vaidade, arrogância, inveja, ódio, mágoa, violência, são nódoas sobre nosso espírito, embaçando-o e fazendo com que a luz divina não o atravesse. São bloqueios para a luz.  Quando nos livramos dessas impurezas, então começamos a limpar nossa superfície, e nos tornamos translúcidos o bastante para que o outro compreenda Deus em sua bondade e em seu amor.

Até então, a luz está chegando para todos, indistintamente. As bênçãos estão se derramando em partículas que se espalham sobre nós o tempo inteiro. Mas poucos de nós nos beneficiamos integralmente dela, porque nossa crosta está tão densa com essas sujeiras espirituais, que somos incapazes de absorver sua energia. Propagar, então, é bem difícil, nessas circunstâncias.

O trabalho de limpeza da alma é tão árduo, quão densa é a camada de sujeira que temos que remover para que a luz possa novamente nos penetrar.  Precisa sacrifícios, para ficarmos definitivamente limpos, cristalinos.

Mas há um "detergente" natural em nós, capaz de dissolver todas essas impurezas, devolvendo-nos a transparência:  o Amor.

Quando amamos, não podemos guardar em nós qualquer sentimento que nos faça desmerecer o ser amado!

No livro "O Dom Supremo", Henry Drummond nos alerta sobre o Amor como sendo a única maneira de respeitarmos os mandamentos divinos, ou seja, as leis universais.  Diz-nos ele que somos incapazes de descumprir nosso compromisso com a perfeição, se simplesmente amarmo-nos uns aos outros e a nós mesmos também – condensação dos mandamentos divinos, segundo Jesus Cristo (Mateus 22:39), e mencionado em muitas outras orientações religiosas. 

Somos incapazes de ferir o outro, quando o amamos.  Somos incapazes de vestirmo-nos de arrogância, orgulho ou prepotência, porque isso nos afastaria do ser amado ou o esmagaria sob o peso desses sentimentos ruins.  Somos incapazes de vaidades e egoísmo, e jamais teremos inveja nem guardaremos mágoa daqueles que nos são caros!  Não conseguiremos violar os direitos dos outros, nem sua integridade física ou moral, porque, se os amamos, queremos sua felicidade!  E, se nos amamos a nós mesmos, também não nos submeteremos a dores ou a infelicidades. Ao contrário, buscaremos o tempo todo viver em harmonia com o universo.

Sejamos, então, prismas límpidos, transparentes. Sejamos cristais lapidados e simétricos,  busquemos nossa perfeição em todos os sentidos, para que Deus se manifeste entre nós, dando-nos a chance de conhecê-Lo e compreendê-Lo. Sejamos, em Suas mãos, instrumento de propagação da Sua luz e do Seu Amor.


EmmyLibra
Aug 6th, 2012 - 9:22 a. m.

Monday, October 01, 2012

O dobro


Imagine que a vida é um cômodo
Dividido ao meio por uma parede, 
E, nessa parede, uma porta fechada a chave... 

Então, eu passo muito tempo num dos lados desse cômodo, 
Sem saber o que há no outro lado,
Até que alguém aparece com uma chave mestra
E abre a porta, 
Me mostrando o que eu desconhecia. 

Daí em diante, eu fico com o dobro do espaço pra viver,
Com o dobro do ar pra respirar,
E o dobro da vida...

Você é a pessoa com a chave mestra!
(e eu nunca havia agradecido por isso)

Depois de você, 
Minha expansão é tamanha, 
Que eu não tenho mais como voltar às medidas 
Pequenas e limitadas de antes.  

Depois de você, eu não sou mais a mesma.  
Passei pela porta.
Posso circular!



EmmyLibra
Oct 1st, 2012 - 10:15p.m.


À minha linda flor, meu sincero agradecimento por girar a chave mestra e me presentear com uma metade de mim mesma que eu desconhecia, e que hoje me faz ver o mundo com olhos mais generosos.
Obrigada por transformar minha vida em duas, 
me dando uma segunda chance que eu não supunha merecer.
Um beijo!