Sabemos que matéria é
energia condensada. Foi Albert Einstein quem disso isso primeiro? Não importa.
Importa que, partindo desse princípio, podemos pensar: o que seria, então, nosso corpo, senão uma
concentração de energia a reunir-se em cada partícula sua, formando um todo
perfeito, funcional?
Assim também, o nosso
espírito. Somos seres divinos, isso está
em vários ensinos religiosos, inclusive no cristianismo, quando Jesus disse
"Vós sois deuses"(João 10:34). Queria ele, acaso, dizer com isso que
seríamos equiparados a Deus? Não, acho
que não. Queria ele, na verdade, dizer
que somos individualidades com energias provindas do Criador, que nos fez – e
aí entra novamente a Bíblia – "...à sua imagem e semelhança."(Genesis
1:26)
Sermos "deuses" nos faz imensamente responsáveis! Somos capazes de
criar, então. Somos capazes de gerar vida – ou morte – através dos nossos
verbos e do nosso desejo. "No
princípio era o Verbo, [...] e o Verbo era Deus. [...] Todas as coisas foram feitas por intermédio
dele..." (João 1:1,3)
Nosso espírito – energia –, somado ao nosso corpo –
condensação de energia – é de uma potência imensurável, capaz de gerar ou
destruir com tamanha facilidade quanto o Criador nos teria "soprado a vida
pelas narinas"!(Gênesis 2:7)
O universo inteiro também tem nossas propriedades,
nossa composição. Se observarmos o nascimento de uma estrela, veremos energia a
se mover e a criar; se observarmos nosso próprio planeta Terra, veremos que
nele todos os seres interagem de forma equilibrada, fazendo moverem-se as energias que há em
cada um, produzindo vida o tempo inteiro.
Somos parte desse planeta, parte do universo, interagimos com o ambiente
à nossa volta, que interage com ambientes do entorno, que interagem com
ambientes em escala maior, até atingir o infinito.
O universo recebe de cada
movimento nosso a propagação de energia. E reage a essa energia, colorindo-se
com ela. Modificamos o mundo a cada
respirar, a cada movimento que fazemos, por mais banal que pareça. Um adeus numa estação faz oscilar o ar à
nossa volta, e essa corrente suave de vento que geramos vai passando a fazer
parte do universo em suas formas, naquele instante.
A influência do nosso
espírito também causa movimentos universais. Toda a criação de Deus tem em si
uma alma, um espírito, que lhe anima. O
universo assim também o é, animado por uma energia espiritual. E o influenciamos com nossos sentimentos, que
são emanações permanentes do nosso espírito.
É bom lembrarmos que, em
matéria, nossa energia está condensada, reunida em um único ponto, que se
solidifica diante dos nossos sentidos carnais.
Em espírito, não. Somos
infinitamente capazes de propagar energias, expandindo nossos pensamentos e
intenções em torno de nós, e em escala a todo o pensamento universal. Somos capazes de modificar o imaterial com
nossas energias espirituais, tanto quanto somos capazes de modificar nosso
mundo material com nossas atitudes palpáveis.
O planeta Terra nos
demonstra, a todo momento, a força das leis universais. Aqui vemos um corpo caindo, e a lei da
gravidade se provando; ali vemos uma planta germinando, e a lei de
transformação contínua se provando; acolá temos uma geleira derretendo e a lei
de retorno nos dizendo que é a colheita da nossa imprudência ao longo dos
séculos de doentia modernidade, em que só pensamos em posses e poderes,
esquecendo-nos de cuidar da nossa casa-Terra.
O equilíbrio do universo a providenciar a vida material e a extinção
dela nos momentos oportunos é a prova de que somos parte dele, interagimos o
tempo todo, não apenas material, mas espiritualmente também.
Um dos assuntos que a
física teoriza a respeito, são as propriedades da luz. Como a conhecemos, segundo estudiosos do
assunto, a luz seria reunião de todas as cores, e podemos extraí-las ou
"desmembrá-las", fazendo com que incida sobre uma das faces de
um prisma. Este, por consequência, separará as cores, funcionando como um
filtro e nos dando a oportunidade de utilizar essas partes individualmente,
extraindo de cada uma delas uma utilidade.
São energias de intensidades e frequências diferentes.
É pela presença da luz
que a planta realiza a fotossíntese, para uma melhor interação com o ambiente
que a cerca; é pela presença da luz que nossa glândula pineal sincroniza nosso
relógio interno, nos dando condições de programar nossos atos para nossa
sobrevivência material. Desde o vegetal
até o homem, todos os seres vivos têm em si alguma relação com a luz. Mesmo os
que vivem nas profundezas da terra ou do mar, sobre quem a luz material não
incide diretamente, muitas vezes dependem dela, já que se alimentam de partículas que interagem
com o que há na superfície.
A luz de Deus, assim como
a luz material, que nossos olhos físicos captam, também é composta de
cores. Cores estas que não somos capazes
de perceber com nosso aparelho físico de percepção, nossos sentidos. Não podemos captar com a matéria o que é
espiritual, isso é fato! Mas podemos,
com nosso espírito, enxergar a luz com que o Criador nos ilumina
espiritualmente, obtendo delas cada elemento necessário para alimentar nossas
esperanças, nossos mais profundos sentimentos e emoções.
Para isso, porém, é
preciso que sejamos prisma. É necessário que filtremos a luz divina de modo a
refletirmos, uns nos outros, suas propriedades, dando-nos mutuamente as
condições necessárias para que nossos espíritos nutram-se daquilo que lhes
falta.
Assim como o prisma
material, utilizado pelos cientistas para a divisão da luz em sete cores,
também nós, como prismas espirituais, precisamos estar limpos o bastante para
não interferirmos nesse reflexo. Se o
prisma estiver sujo, opaco, manchado, será um obstáculo à luz, e esta não
refletirá suas cores. Se não estivermos
translúcidos, também nós seremos obstáculos à luz divina, e ela encontrará
resistência ao tentar propagar-se aos que nos cercam.
Somos co-criadores no
universo. Somos deuses, não podemos
esquecer! Somos responsáveis por nós
mesmos e uns pelos outros. Somos capazes de criar e de destruir, pelas nossas
intenções. Propagamos nossos sentimentos
ao universo, marcando-o benéfica ou maleficamente.
A luz que nos beneficia
materialmente, composta de sete cores, pode ser mais bem compreendida quando separada
em cada uma de suas partes. Da mesma
forma está para nosso espírito a luz divina: só a compreenderemos quando formos
capazes de desmembrá-la em cada uma de suas cores, diante dos olhos da nossa
alma.
Egoísmo, orgulho,
vaidade, arrogância, inveja, ódio, mágoa, violência, são nódoas sobre nosso
espírito, embaçando-o e fazendo com que a luz divina não o atravesse. São
bloqueios para a luz. Quando nos
livramos dessas impurezas, então começamos a limpar nossa superfície, e nos
tornamos translúcidos o bastante para que o outro compreenda Deus em sua
bondade e em seu amor.
Até então, a luz está
chegando para todos, indistintamente. As bênçãos estão se derramando em
partículas que se espalham sobre nós o tempo inteiro. Mas poucos de nós nos
beneficiamos integralmente dela, porque nossa crosta está tão densa com essas
sujeiras espirituais, que somos incapazes de absorver sua energia. Propagar,
então, é bem difícil, nessas circunstâncias.
O trabalho de limpeza da
alma é tão árduo, quão densa é a camada de sujeira que temos que remover para
que a luz possa novamente nos penetrar.
Precisa sacrifícios, para ficarmos definitivamente limpos, cristalinos.
Mas há um
"detergente" natural em nós, capaz de dissolver todas essas
impurezas, devolvendo-nos a transparência: o Amor.
Quando amamos, não
podemos guardar em nós qualquer sentimento que nos faça desmerecer o ser amado!
No livro "O Dom
Supremo", Henry Drummond nos alerta sobre o Amor como sendo a única
maneira de respeitarmos os mandamentos divinos, ou seja, as leis universais. Diz-nos ele que somos incapazes de descumprir
nosso compromisso com a perfeição, se simplesmente amarmo-nos uns aos outros e
a nós mesmos também – condensação dos mandamentos divinos, segundo Jesus Cristo
(Mateus 22:39), e mencionado em muitas outras orientações religiosas.
Somos incapazes de ferir
o outro, quando o amamos. Somos
incapazes de vestirmo-nos de arrogância, orgulho ou prepotência, porque isso
nos afastaria do ser amado ou o esmagaria sob o peso desses sentimentos
ruins. Somos incapazes de vaidades e
egoísmo, e jamais teremos inveja nem guardaremos mágoa daqueles que nos são
caros! Não conseguiremos violar os
direitos dos outros, nem sua integridade física ou moral, porque, se os amamos,
queremos sua felicidade! E, se nos
amamos a nós mesmos, também não nos submeteremos a dores ou a infelicidades. Ao
contrário, buscaremos o tempo todo viver em harmonia com o universo.
Sejamos, então, prismas
límpidos, transparentes. Sejamos cristais lapidados e simétricos, busquemos nossa perfeição em todos os
sentidos, para que Deus se manifeste entre nós, dando-nos a chance de conhecê-Lo
e compreendê-Lo. Sejamos, em Suas mãos,
instrumento de propagação da Sua luz e do Seu Amor.
EmmyLibra
Aug 6th, 2012 - 9:22 a. m.