Friday, May 16, 2014

Tua grandeza

Sinto falta do tempo em que eu te bebia. 
Bebia teu conteúdo, tuas ideias, teus saberes.
Bebia tua genialidade, diluída em palavras e gestos.

Era muito bom sentir o teu gosto em minha saliva!
Alimentava-me.  Fazia-me sentir como se um dia, de tanto beber o que eras, eu pudesse, enfim, reter em mim um pouco de ti — ao menos o suficiente para fazer parte do teu mundo, de algum modo, embora certa de que jamais conseguiria ser tão grande quanto és, ter essa imensidão da tua alma inquieta.

Tua grandeza me encanta!
Estou apaixonada por ela...
— Dei-me permissão para estar!
Permiti ao meu coração amar-te, amar teu gosto.

E, sempre que for possível, voltarei a ti, como a uma fonte, para enganar a sede que me persegue: de saber, de conhecer, de conhecer-te;  de possuir em minha própria existência uma pequena porção do precioso material de que te constituis e cujo nome desconheço, mas que me sacia!

Conta-me, então: de que és feito, afinal?  
De dor?  De sonhos?  De Filosofia?
Não consigo saber, sem que me digas.
Só sei que te faz existir além do corpo.  Além, mesmo, do que chamam de alma!

És maior do que tua própria pele!
Nunca te apercebeste?
Eu percebi.  E senti. 
E tocar-te é como tocar o inefável!


EmmyLibra
May 16, 2014 – 10:57am



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