Friday, July 25, 2008

Intenso

Como o rio caudaloso,
Que despenca das pedras
Fazendo a cachoeira...

Como o fogo,
Que arde e ilumina
E aquece...

Como os desejos da alma,
Que a ameaçam
E alimentam...

Como a dor,
Que aniquila as forças
E faz tombar...

Como o medo,
Que nos protege
E nos sufoca...

Como a coragem,
Que nos impulsiona
E nos atira aos abismos...

Como o vento,
Que empurra as naus
E tomba os fracos...

Como os segredos,
Que nos submetem
E nos denunciam...

Como as enchentes,
Que nos afogam
E fecundam a terra...

Como o Amor,
Que nos faz sonhar
E nos mantém vivos.

Assim também os teus olhos,
Teu corpo, teus instintos,
Tuas vontades, Teus delírios,
Teus caminhos, tuas cobiças,
Tuas palavras, teus gestos,
Os sabores que se espalham
Sobre a tua pele, sobre o teu sorriso...

Assim meus receios, meus temores,
Minhas decisões de vida e de morte,
Minhas incompreensões de existir
Em discordância com o tempo
Dos sonhos que minha ousadia sonha.

Assim teu poder sobre meu pensamento:
Intenso.
Como tudo o que sonho e espero,
Desde sempre.

Intenso.
Como tudo o que me eleva aos céus
E me conduz ao inferno.

Intenso.
Como eu mesma sou, (in)voluntariamente.
E como me permito ser,
Em meio às convenções e banalidades
Ds quais não posso ainda desatar meus pés.

Intenso.
Como precisa ser o anjo da morte,
Se um dia quiser me conduzir.
Porque apenas o que é profundo,
Apenas o que é autêntico, forte, imutável
Pode me estender os braços e me acolher.

Recuso-me ao superficial. Prefiro morrer afogada!

A segurança da calmaria não me atrai,
Como me atraem as águas profundas e gélidas,
Pois é nessa profundeza que me entrego,
É nessa intensidade de vida e de morte
Que me deixo adormecer todas as noites.
À espera do momento em que não precise mais subir à tona e respirar,
Nem acordar dos sonhos que alimento e guardo
Nas profundezas do meu ventre.

Intensidade é o teu nome.
E é pelo som da tua respiração que me guio,
Pelo cheiro do teu corpo que deliro,
Pelo gosto salgado do teu suor que tenho sede.

Intensidade é o teu nome.
E esperei por ti a vida inteira... Achando que era apenas um sonho!

EmmyLibra, em july 26 / 2008 - 00:45am

Thursday, July 24, 2008

Reencontro

Quando me vejo dentro do seu olhar investigador, sinto-me como nua. E me envergonha estar assim, exposta e transparente, deixando que veja as rugas que o tempo marcou em meu espírito. Não sou mais a mesma pessoa que lhe acompanhou no passado. Infelizmente, não sou nem a sombra daquela pessoa que você conheceu.
Tenho saudades de mim. E também de você. Principalmente de você.
Esse reencontro sùbitamente me fez sentir 36 anos de saudades...
Onde eu estava esse tempo todo?!

:(

Abraços

Guardarei os abraços na memória como jóias numa caixinha de cristal. Cuidadosamente velarei por todos os momentos bons e mornos que vivi, grata a Deus e aos braços que me aconchegaram.
Lembranças e sonhos vêm à minha mente, e percebo que já me aconchegaram estes abraços muitas vezes antes, há muito tempo. Por isso a boa sensação de estar entre velhos conhecidos. Por isso esta saudade súbita e urgente.
Gostaria de pedir desculpas.
Pela ansiedade, pelo desejo de estar perto, por expor coisas ruins que há em minha vida agora, gostaria de ser perdoada. Por ter "perdido a hora" e ter ido parar num mundo tão diferente também.
E agradecer. Por suas análises, seus conselhos. Eu, que sou muito mais velha é que deveria ter bons conselhos pra lhe dar!!!
Aliás, o que seus "amigos" lhe falaram sobre mim, para que soubesse tanto do que havia em meu coração, os desejos de mudança, as tantas paixões de que sou feita?
Você tornou-se um mistério a desvendar. Fico me perguntando quem você é. Fico buscando nas lembranças antigas as respostas... Tenho a sensação que deixei para trás muitas coisas pendentes. Vejo nos olhos de uma das pessoas que conheci uma cobrança para que eu faça as coisas direito, dessa vez. Ainda queria conversar sobre isso, quando for possível.
Me liga, está bem? Quando tiver algum tempo livre para uma veeeeeelha amiga, por favor, me deixa saber. Esses minutos terão um valor imenso pra mim.
Beijos. Espero que não demore muito a aparecer. Como eu já disse antes, sinto saudades antigas agora. Estranhamente antigas.

EmmyLibra
saturday - july 26/08

Tuesday, July 22, 2008

cobiça I

Eu olhei pra você com olhos de cobiça...
Meu Deus! Como a paixão é uma coisa estúpida!!!
(Acordei) É muita areia pro meu caminhãozinho!

:P