Tuesday, May 23, 2023

Nietzsche matou Deus?

Primeiro, vamos pensar sobre as religiões.
Nunca foi sobre salvação; nem sobre Deus existir ou não; tampouco sobre a ética e a moral no aspecto íntimo de cada um.
Sempre foi sobre ter poder, domínio, status, ganhos materiais, controle social.
Foi para os líderes pela vaidade de serem aqueles que têm em si alguma prerrogativa "sagrada" para a condução dos demais.
E foi, para as "ovelhinhas" a coroação da preguiça e a ausência de responsabilidades.
Não precisa pensar por si mesmo, basta seguir os inquestionáááveis dogmas da crença que abraça; não precisa agir, basta crer; não precisa ser ético, moral, correto, basta que outro tenha sido martirizado em seu lugar; não precisa raciocinar sobre a realidade, basta contemplar mistérios sem sondar-lhes a essência.
Se eu creio em Deus?
Não. Crer é temporal. Quem crê hoje pode descrer amanhã. E vice-versa. Compreendi isso numa fala do  Divaldo Franco, certo dia, quando ele disse: "Eu SEI Deus. E uma vez que sabemos, não tem como des-saber. Como quem sabe ler e, mesmo que se recuse, basta ver as palavras escritas, automaticamente, já leu."
Pois bem, eu também SEI Deus. Aprendi Deus.
E por saber Deus, eu fujo das ideias equivocadas da crença em deuses criados pelos homens.
Esses deuses estranhos, vingativos, vaidosos. Deuses sem onisciência e dependentes de moletas como livros e  sacerdotes para existirem. Deuses sádicos, cheios de fetiches, que esperam rituais, sacrifícios e martírios humanos em troca de seus pequenos favores. Deuses que se comprazem em condenar quem não se prostra aos seus pés.
O Deus que eu SEI é tão diferente dessas imagens mentais...
Bem... Talvez Friederich Nietzsche dissesse que eu sou apenas uma pessoa com mestrado em idiotice.
Não tenho problemas com isso!
Porque para mim, ele é apenas um filósofo bastante inteligente, mas cuja existência faz tanta diferença em minha vida hoje quanto eu nunca ter visitado Marte. É tão relevante pra mim quanto antes de eu conhecer uma nesga do seu pensamento.
Meu "saber Deus" importa pra mim; o pensamebto de Nietzsche importou para ele e quem o elege como seu guru.
Comparo a dependência psíquica das "ovelhinhas" a quem, sem ter a atitude concreta de pensar (por mais abstrato que seja o pensamento), envereda-se pelas ideias de Nietzsche ou de quaisquer outros filósofos, antigos ou contemporâneos, para justificar suas crenças ou descrenças, transferindo-lhes o poder de conduzir suas mentes, como fazem também os sacerdotes.
Dê a Nietzsche ou a qualquer filósofo esse status e não terá o direito de criticar aqueles que transferem aos líderes religiosos ou a livros sagrados e rituais o seu dever de autoconhecimento e da manutenção de virtudes apenas para seu engrandecimento íntimo.
Muitos, sem perceber, dão a filósofos o status de divindades sobre a Terra.
Dizem por aí que Nietzsche foi "o filósofo que matou Deus".
Ele não matou Deus.
Acho que ele apenas quis sê-lo.

EmmyLibra