Thursday, June 03, 2010

Autoestima

O que você tem feito por si mesmo?  Quando se olha no espelho, o que ele reflete?  Espelhos precisam ser mais do que reflexos da nossa aparência. Precisam nos mostrar quem somos.

Quem é você?  Será mesmo que você se conhece o suficiente?  Quais são os seus sonhos, seus desejos, suas metas?  Você tem metas, não tem?  Se não tem, está na hora de ter.  E de cumpri-las, sobretudo.

Costumamos lamentar que a vida é breve, que não há tempo suficiente para OBTERMOS tudo o que  esperamos dela.  Mas esquecemo-nos que esse tempo é mais do que o bastante – mesmo que tenhamos uma vida relativamente breve – para SERMOS o que A VIDA espera de nós.

É a isso que chamam de Filosofia? Então acabamos de nos tornar filósofos, eu e você que agora perde – ou ganha?! – alguns minutos, lendo minhas palavras...

Talvez tenhamos que parar, de vez em quando, para pensar no que poderíamos SER para nós mesmos, caso deixássemos de contemplar nossa imagem externa no espelho para perscrutar nossa própria alma.  Se ao invés de enxergarmos quem “fingimos ser” quando alteramos nossa aparência física, nós realmente buscássemos conhecer a pessoa que habita nosso íntimo, saber os mistérios que se entranham em nossa mente quando despertarmos, todas as manhãs, e que vêm à tona em nossos sonhos e pesadelos noturnos.  Seria bom se todos, ao menos uma vez na vida, ficássemos cara a cara com a pessoa real que está por trás do “seguidor de estereótipos” a que nos acostumamos ser.

A roupa que você veste está na moda? Seus sapatos, seu cabelo? Que músicas você ouve? O que elas lhe dizem? Do que falam as pessoas com quem você se relaciona? Que assuntos circulam quando você as encontra? Que comida, que bebida você consome? Do que é feita a sua vida, afinal?

Engolimos o que a novela nos mostra ou o que realmente satisfaz nosso paladar? “Somos” de dentro para fora em algum momento? Deixamos alguma marca da nossa passagem pela vida, ou simplesmente nos modelamos o tempo todo para agradar aos outros, nos vestindo do que vemos na tv e “sendo” de fora para dentro, como um reles reflexo do ambiente em que vivemos?

Se aparência física fosse primordial, pessoas famosas não viveriam na solidão, não chorariam os dardos da preconceituosa sociedade, não precisariam morrer para terem o reconhecimento dos seus reais valores positivos.

Pense.  Repense.  Reflita. Amadureça. Sonhe. Cresça. Sinta. Persiga. Apaixone-se.  Apaixone-se por você mesmo!

E estude.  Estude muito, pois o conhecimento não morre junto com você.  É semente que seguirá a sua alma onde quer que você vá, mesmo depois da morte.  E é semente para as futuras gerações, também, mesmo que apenas pelo exemplo.

Você precisa ser seu maior ideal, sua busca constante, seu maior encantamento e a pessoa por quem você daria – e dá – a sua vida, todos os dias!

Mostre-se ao mundo!  Vista-se das cores que a sua alma tem, e torne-se alguém um pouco mais parecido com o que há dentro do seu coração.  Pare de consultar as revistas de fofoca para ver o que se usa na tv e escolher com que roupa você vai sair! Pare de consultar o seu horóscopo para decidir que atitudes tomar!  Todas as certezas já estão dentro de você, e sua consciência é o que deve lhe guiar nas suas escolhas.  Seu horóscopo não iria preso se você cometesse um crime, nem iria ao Paraíso se você se resguardasse dos pecados. Então, faça o seu melhor, não porque ouviu um apresentador de tv narrar uma mensagem bonita ou dar bons conselhos.  Simplesmente faça o seu melhor, porque VOCÊ sabe que isso é o que tem a ser feito. Estabeleça para si a rotina de tentar ser mais e melhor do que você foi ontem. Fazer o que é correto e pensar positivo é uma questão de escolha.

Aquele lixinho jogado no chão é problema seu, sim!  Você pode fazer a diferença, não apenas evitando jogá-lo, mas também recolhendo-o, quando estiver ao seu alcance fazer isso.
Auxilie.  Faça aos outros tudo aquilo que esperaria que fosse feito, caso você estivesse em necessidade.  E não meça esforços!  Como você se sentiria se, na necessidade, alguém contasse distâncias e merecimentos seus, antes de decidir se lhe socorreria ou lhe deixaria à beira do caminho, suplicando?

E lembre-se de ser sempre gentil.  Sorria ao cumprimentar alguém e também quando conversar ao telefone. Quem fala com você não terá dúvidas de que você está sendo atencioso e cortês.  E você sabe: gentileza gera gentileza; bondade gera bondade; riqueza interior gera riqueza interior. 

Não espere dos outros mais do que você mesmo tem sido. Você não receberá da vida mais do que merece.  Nem um centavo a mais, pode crer!

Seja um ser humano inteiro, completo, perfeito.  Você não é feito dos pedaços de atores, atrizes e comediantes da tv.  Você não é feito das idéias alheias. Você é capaz de lidar com sua própria imagem interior e de assumir uma postura positiva e verdadeira diante da vida.  Você tem, no fundo da sua alma, a felicidade.  Busque-a lá, nas profundezas do seu ser, e não nas coisas que lhe cercam, pois elas são efêmeras, materiais, frágeis.  Se a felicidade vem de fora, não durará para sempre. Quebrará, quando o que é material quebrar; será roubada, quando o que é material for roubado; apodrecerá, quando o que é material estiver morto; se perderá nas curvas do caminho, quando as pessoas outras a quem você confiar sua alma tiverem partido.

Então, invista no que realmente importa:  invista nos bons sentimentos, na bondade, nas certezas da sua alma.  Invista em você.

Seja você.  Ame-se.

“Você é filho do Universo, irmão das estrelas e árvores. Você merece estar aqui. E mesmo que você não possa perceber, a Terra e o Universo vão cumprindo seu destino...”¹  – Isso é a vida!

Agora me diz:  no que você acredita? ............................... :)


¹ Trecho: Desiderata – Max Ehrmannn.

                                                                                              Emmy Libra
                                                                                              Aug 5, 2009 – 6:12am 

Novo ângulo

Deus me criou vazia dessa ingenuidade doentia, que é capaz de estacionar uma pessoa por séculos dentro de uma poça d’água de chuva.  Fez-me, no entanto, plena de certezas.  Certezas que me preencherão pela vida inteira e ainda um tanto mais de tempo, enquanto eu existir na escuridão da morte.

Sinto sofreguidão ao pensar no que ainda não experimentei.  Vontades, anseios...

Falta-me a falta de ar dos muitos êxtases que ainda não incendiaram meus poros.

Deus fez-me assim, alma meio indecifrável. Fez-me louca, extrema. Deu-me sabedorias que me fortalecem e também incertezas muitas, para que não me faltem impulsos, não me faltem os sonhos.

Quem sou eu?

Às vezes sou mulher; faço-me homem, quando me convém; visto-me bicho, ora selvagem, ora dócil, ora noturno, soturno, oculto.  Talvez eu seja muitas faces; talvez apenas uma, que se traveste e se pinta para iludir.  Talvez não seja mesmo nada mais que uma ilusão – até para mim mesma!

Se iludo ou me iludo, pouco importa.  Aprendi um amor sublime:  aquele em que amo minhas imperfeições tanto quanto minhas poucas virtudes.

Amo-me quando choro, amo-me quando rio, amo-me quando peco.

Minhas muitas faces, mesmo as mais feias, me parecem muito lindas, agora, vistas por este novo ângulo.  Mesmo quando peco.

- O pecado também é uma ilusão humana!

EmmyLibra
March 3rd, 2010 – 7:57a.m.