Monday, August 05, 2013

Aprendi...

Aprendi que...

I

Casamento não é sociedade.  Não é negócio. Não pode ser tratado como tal. 
A partir do momento em que um casal briga por questões financeiras, levando a discussão a influenciar sua relação pessoal, ou seja, a arranhar o que chamam de "amor", então já não há mais um casamento.  Há, sem que percebam, uma relação de prostituição.  
Ao fazer com que o dinheiro que circula na manutenção da vida a dois se torne centro de suas atenções e motivo de suas discórdias, estão dizendo, um ao outro, que esse é o sangue que corre nas veias da família.
Alguém já está se vendendo – e nem percebe!
Não transforme seu casamento numa negociata na qual quem ganha mais manda. A partir do momento em que alguém manda em alguém, isso por si só já desconfigura o que podemos chamar de casamento. E a partir do momento em que alguém se submete por valores financeiros, isso por si só já se pode chamar de prostituição.
Como profissão, a prostituição é válida. Não estou aqui a censurá-la ou a quem a pratica. O que quero dizer é que a pessoa que faz dela uma escolha de vida deve estar consciente do que isso representa, inclusive no que tange à recriminação que ainda impera sobre a profissão. Mas quem lhe compra como um serviço prestado precisa estar também consciente do que está pagando e do que espera receber, como em qualquer negócio. Para que, além da recriminação preconceituosa advinda de fatores culturais, religiosos e morais, não recaia sobre quem se vende a culpa real de uma negociação escusa, desonesta, imoral. 
O casamento, portanto, precisa estabelecer para o dinheiro seu devido valor e importância, deixando-o a cargo de manter as necessidades materiais da família.  Não se pode permitir que o amor seja trocado por moeda, ou teremos que considerar para essa relação outra nomenclatura, que não a de conjugal.


EmmyLibra
Aug 5, 2013 - 8:31 a.m.




II

Casamento não é moleta. Não é escora, tipoia, bengala.
O outro não pode ser visto como "nossa metade", porque casamento não pode ser feito por duas pessoas pela metade!
As pessoas precisam estar (ser) inteiras numa relação, para que seja uma relação saudável. Não podem colocar sobre os ombros do outro a responsabilidade por sua felicidade.  O outro pode ser co-responsável, colaborador da sua felicidade, mas não tem, em absoluto, nenhuma obrigação de ser a razão dela.  É injusto sobrecarregar alguém com esse dever, porque cabe a cada um de nós buscar em nossa própria essência, motivos para sorrir e para ser feliz.  Ao dependermos do outro para isso, o que será de nós se o outro se for para sempre?
Interdependência não é dependência!  É estar presente, fazer parte, interagir. É co-autoria, é co-participação, cooperação.  Não se pode confundir interdepender com depender, porque este segundo nada mais é do que ser carregado nos ombros do outro!
O casamento precisa de equilíbrio. Quando as duas partes caminham juntas, de mãos dadas, plantando felicidade ao longo do caminho, ambos se auxiliarão e se apoiarão quando necessário.  Mas se um caminha levando o outro sobre os ombros, sem descanso, dia chegará que estará cansado demais, e se sentirá velho e exausto, caindo à margem do caminho que traçaram, sem nunca ter sentido o perfume das flores, porque jamais teve os braços livres para semear do seu lado da estrada.
Alguém vai sair perdendo nessa história!
Pessoas que se amam, verdadeiramente, não se permitem ser estorvo para o outro.  Se cai em doença ou impossibilidade, o amor do outro lhe dá forças e pernas, lhe apoiando. É diferente!  A necessidade material de ajuda não tem nenhuma relação com a necessidade psíquica. A primeira vem de fatalidades e requer cuidados reais. A segunda vem de fantasias e enganos, e só causa fadiga e empobrecimento na outra parte.  É injusta, desonesta!
Caminhar pelos próprios pés, sem sobrecarregar o outro, é sinal de maturidade.  Não se pode pensar que o casamento se mantém das ilusões de que o outro, por amor, sempre nos carregará no colo, porque um dia o outro cansa-se (de nós?!) e cairemos, ambos, sem chegar a lugar nenhum.


EmmyLibra
Aug 5, 2013 - 8:31 a.m.


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