Eu queria um verso, uma canção,
Qualquer coisa que dissesse de mim
Para falar aqui.
Qualquer coisa que dissesse de mim
Para falar aqui.
Mas não há.
Quando a cabeça não pensa
E a boca age conforme seu desejo
Quando vive o lábio uma palavra
Ou um beijo
Quando por ele foge a sensatez
E entram prazeres irrestritos,
Erros irremissíveis,
Sofre o corpo, a alma, a vida
A vida inteira sofre!
E a boca age conforme seu desejo
Quando vive o lábio uma palavra
Ou um beijo
Quando por ele foge a sensatez
E entram prazeres irrestritos,
Erros irremissíveis,
Sofre o corpo, a alma, a vida
A vida inteira sofre!
A vida passa a caber num instante
De arrependimentos e medos
Da pesada carga de dor
Que abraçamos, quase nunca sem saber.
De arrependimentos e medos
Da pesada carga de dor
Que abraçamos, quase nunca sem saber.
Não há inocência.
Não há inocências!
Nem mesmo acasos há
Ou qualquer coisa
Que acalente o sono
E abrande o pranto
Nas noites e dias
E nas vidas que seguem.
Ou qualquer coisa
Que acalente o sono
E abrande o pranto
Nas noites e dias
E nas vidas que seguem.
Nada calará aquela voz incômoda
Dentro da cabeça,
Para que o sono venha
E para que os sonhos
Povoem de estrelas uma vez mais
O céu interior, agora rubro
De sangue e tintas escarlates.
Dentro da cabeça,
Para que o sono venha
E para que os sonhos
Povoem de estrelas uma vez mais
O céu interior, agora rubro
De sangue e tintas escarlates.
Nenhum fogo lamberá remorsos
A não ser aquele que a eternidade
Inexoravelmente trará.
A não ser aquele que a eternidade
Inexoravelmente trará.
Nada extinguirá a dor!
Eu só queria um verso
Triste que fosse, tanto faz!
Triste que fosse, tanto faz!
Apenas um verso
Que dissesse de mim,
Da minha cela de paredes pichadas
De impropérios tantos,
De mensagens vindas do inferno
E de silêncios acusatórios.
Eu só queria um verso.
Um verso apenas,
Mas que pudesse traduzir minha alma
E convertê-la em som,
Ainda que fosse o som grave,
Doloroso e fúnebre
De um réquiem sagrado.
Um verso apenas,
Mas que pudesse traduzir minha alma
E convertê-la em som,
Ainda que fosse o som grave,
Doloroso e fúnebre
De um réquiem sagrado.
EmmyLibra
Jan 17, 2019 - 8:41 a.m.
Jan 17, 2019 - 8:41 a.m.
No comments:
Post a Comment