Thursday, January 11, 2007



Invisível

Hoje eu vi uma borboleta
Ela não me viu.
Eu não faço parte do seu mundo.



Invisível II

Hoje eu vi uma borboleta
Linda!
Suas asas abertas, ao sol de uma manhã bem clara
Como espelhos, uma da outra,
multicoloridas, simétricas, perfeitas!

Ela não me viu.
Não se deu conta de mim.
Me ignorou.

Definitiva e tristemente
Eu não faço parte do seu mundo.



Invisível III

Hoje eu vi uma borboleta
Linda!
Asas abertas, como a absorver do sol
Sua luz, sua energia,
para que o seu gracioso vôo
tenha força e brilho.

Pousou no meu dedo de estátua
Mas não me viu.
Mesmo sendo eu o seu esteio por instantes
Seu ponto de apoio, seu campo de pouso
Ela não me viu.
Voou, voou, pousou, voou de novo...
Eu não estava ali - não para ela!

A minha borboleta, linda, multicor
Não enxerga senão flores
E onde não há um jardim
Ela não vê mais nada,
Ignora, visita breve
Nem sei pra que pousou
No meu dedo estendido...
Não sou flor, não tenho um jardim dentro de mim
Não faço parte do seu mundo...



Invisível IV

Havia uma borboleta
Cores formas simetria perfeição vida.
Graça leveza silêncio - poesia que voa.

Eu não estava ali
Era espectro
fantasma
ilusão
Era parte do seu silêncio, apenas

Ela não me viu
Porque eu - invisível, imperceptível
Sem sua simetria, sua cor, sua leveza
Sem sua capacidade de voar
Sem sua beleza, sem poesia
imperfeita criatura
Não faço
Nem jamais poderia fazer
parte do seu mundo - vasto mundo...


EmmyLibra, Jan 05, 2007 - 1:30pm

1 comment:

Anonymous said...

Pena que a borboleta não te viu. Decerto ela perdeu muito, ainda que no breve espaço de um instante.

Belo poema!!!